Neste tempo, em que vemos desigualdades escancaradas, somos chamados a responder, como sociedade, em duas dimensões: a de nossa humanidade e a de nossas instituições.
Na dimensão humana, não venceremos este tempo sem mudar a extensão e o alcance da palavra solidariedade. Preservar e respeitar a vida e a dignidade do outro não pode ser apenas um item importante de nossas aspirações enquanto sociedade. Tem de ser uma demanda forte e prioritária. E de todos nós. É lição definitiva e inafastável a de que não há cuidarmo-nos sem cuidar do outro. Nossa reação como indivíduos tem de ser vigorosa e fraternal.
Não menos importante é o papel de nossas instituições. Elas têm de ser guia e esteio, entender nossas urgências e nossos sonhos e refleti-los em seus respectivos papéis, dados pela Constituição da República.
É tempo de planejar como vamos nos reerguer. Voltarmos ao que éramos é pouco, porque a pandemia descortinou como temos sido uma sociedade injusta e como nossas instituições muitas vezes espelham isso.
O Instituto Justiça nasce neste tempo de pensar. Nascemos como uma organização não governamental, apartidária, que pretende contribuir com o diálogo sobre as instituições democráticas e também com ações efetivas para a construção de uma sociedade mais justa.
Dentre as instituições democráticas, uma tem o privilégio de ter com a Justiça relação de sinonímia: o Poder Judiciário. Longe de casual, essa sinonímia há que ser honrada e perseguida. O Judiciário dá a última palavra na preservação do Direito e dos direitos. Sua função é essencial e nela reside a última instância da cidadania. Quando ineficiente, quando vacilante, quando tardia, a Justiça se faz injusta e transforma o que deveria ser sinonímia em contradição.
O Instituto cumprirá seu papel de dialogar com todo o ecossistema associado à prestação jurisdicional, incluindo Poder Judiciário, Poder Executivo, Poder Legislativo e Ministério Público e as entidades representativas da comunidade jurídica. Por meio desse diálogo, queremos contribuir para entregar à sociedade os benefícios essenciais da segurança jurídica e da celeridade no provimento jurisdicional.
Pelo crivo da Justiça, passam todas as questões essenciais: saúde, meio ambiente, segurança das relações jurídicas, predicado essencial ao desenvolvimento econômico, e todos os direitos fundamentais, o que faz do mandato do Instituto, dado por seus fundadores, algo amplo e desafiador. Atuar de forma transversal na perseguição de um Judiciário mais eficiente, sensível e justo é tocar todas essas áreas, é tocar a vida de todos.
Para além desse papel que assumirá, o Instituto Justiça apoia outras causas justas. Já de seu berço, apoiou iniciativas como o Fazendo História, o Zap do Bem, o ENCTICE e o Com Paixão Kids.
Iniciativas justas e humanas.
As primeiras de muitas deste jovem Instituto que quer caminhar, com todos, pela trilha da nossa reconstrução, da superação deste momento e do que vier depois. Que há de ser o melhor de todos nós.